Aqui são tecidos artigos, mensagens, poemas... Ideias de nossos educadores da Rede Municipal de Educação do Rio de Janeiro.

sábado, 30 de abril de 2011

Aula de Arqueologia Industrial com Professores do CIEP BARÃO DE ITARARÉ, 10ª CRE


Professores do CIEP Barão de Itararé no interior do gigantesco hangar do Zeppelin, hoje Base Aérea de Santa Cruz, Rio de Janeiro, RJ.


Enquanto na Europa, o estudo da arqueologia industrial já é praticado há mais de meio século, no Brasil são poucas as universidades, professores ou arqueólogos, que se interessam pelo tema.
Não resta dúvida que o despertar pelo tema começa a se desenvolver com os avanços obtidos a partir das políticas de preservação do patrimônio histórico, em sua concepção de bens naturais ou culturais de importância reconhecida para a obtenção do estatuto de tombamento.

Hangar do Zeppelin, construção iniciada em 1934 e concluída em 1936. Tem 274 metros de comprimento, 58 metros de altura e 58 metros de largura. Foi todo construído com estrutura de açõ vinda da Alemanha.

Sendo o Hangar dos dirigíveis (Hindenburg e Graff Zeppelin) da Base Aérea de Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, um dos equipamentos marcantes do período industrial, nada mais justo do que o seu tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o IPHAN, e a sua inclusão como objeto para o estudo da arqueologia industrial no Brasil.
Ainda que não tenha sido esse o objetivo principal do Centro de Estudos Integral com a participação dos professores do CIEP Barão de Itararé, da 10ª Coordenadoria Regional de Educação, 10ª CRE, pudemos aproveitar a oportunidade que nos foi oferecida para uma visitação à Base Aérea de Santa Cruz para uma verdadeira aula de arqueologia industrial.
O hangar foi inaugurado em 1936, dois anos após o início da sua construção. Toda a sua estrutura metálica veio da Alemanha, e mesmo nos dias de hoje, a sua monumentalidade chama a atenção dos visitantes: São 274 metros de comprimento, 58 metros de altura e 58 metros de largura.

Placa metálica localizada ao lado esquerdo a porta norte, com o nome da empresa alemã que foi responsável pela construção do hangar.


A porta sul, que foi restaurada neste ano de 2011, com apoio da Companhia Siderúrgica do Atlântico, do grupo alemão ThyssenKrupp, é a principal, e abre-se em toda a extensão de altura e largura do hangar, e cada lado da porta pesa 80 toneladas, sendo aberta por motores elétricos ou manualmente, por um sistema de contrapesos. O portão norte, com 28 metros de largura por 26 de altura, servia apenas como portão de ventilação e saída da torre de atracação.

Professores do CIEP Barão de Itararé no interior do Hangar do Zeppelin, em foto tirada no dia 13 de abril de 2011, durante a realização do Centro de Estudos Integral.

Uma torre de controle foi construída no teto do hangar, tendo 61 metros de altura. De gigantesco porte também é o antigo reservatório de hidrogênio que abastecia os dirigíveis e hoje foi transformado em reservatório d’água para abastecer a Base Aérea de Santa Cruz.
Na visita feita com os professores do CIEP Barão de Itararé, além do Hangar do Zeppelin, também estivemos na Sala Histórica da Base Aérea de Santa Cruz, com fotos, documentos e ilustrações que contam um pouco da história dos dirigíveis no Brasil, no Rio de Janeiro e em Santa Cruz.

Professores do CIEP Barão de Itararé, da 10ª CRE, conhecendo o gigantesco reservatório d'água da Base Aérea de Santa Cruz, onde ficava armazenado o hidrogênio que abastecia os dirigíveis, e que hoje constitui peça importante para o estudo da arqueologia industrial.

Se desde 1896, Francisco de Sousa Viterbo já perguntava: “Se existe uma arqueologia da arte, porque não há de haver uma arqueologia da indústria?” Penso que também no Brasil a disciplina, que tanto pode ser chamada “arqueologia industrial”, como “arqueologia da industrialização”, já deveria ser incluída como um dos estudos auxiliares e complementares nos cursos de História, de Arqueologia, de Museologia e outros afins, para o estudo dos prédios, máquinas e equipamentos da revolução industrial e sua descendência tecnológica imediata, como foi o caso da aula que os professores do CIEP Barão de Itararé puderam ter em visita feita ao Hangar do Zeppelin na Base Aérea de Santa Cruz.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Meu Ensaio

Não tenho cidade

Não tenho casa
Sou do mundo
Das estreitas avenidas
Já cheguei  ao fundo
Tenho invisíveis feridas.
Estou nas ruelas
E nos becos (sem saida)
Já fui das favelas
Me chamaram de "querida".
Não tenho casaco
Nem tampouco cobertor
Às vezes me sinto fraco
Tenho um santo protetor.
Sou o mais que perfeito
Mas também o futuro
Nunca amei num leito
Não suporto dedo-duro.
Tenho palavras no olhar
E na pele arrepios
Estou sempre a (di) vagar:
Por que eles foram tão frios?

(Bernardete Ribeiro - 31/03/2011) 

Pela Metade

Tão triste é esta dor

Que lentamente me consome
A saudade nem mais existe
É só o amor que dorme.

Voaste nas asas da paixão
Assim me vi meio morta
E o barulho atrás da porta
Ainda dói meu coração.

A minh'alma desesperada
Como o último outono
Não senti a tua falta
Mas sim teu abandono.

E se agora tu me queres
Tão louco e sem receio
Eu te afirmo: tu me feres
Estou partida ... estou ao meio.

(Bernardete Ribeiro - 18/04/2010)

Celebração de Saúde e Cidadania chega a Santa Cruz


As regiões de Palmares e Manguariba recebem, no dia 30 de abril, das 9 às 14 horas, Celebração de Saúde e Cidadania na Praça Padre Guilherme Decaminada, em Santa Cruz. O evento, promovido pelo Núcleo de Cultura, Ciência e Saúde da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil, comemora as ações de educação popular e promoção da saúde desenvolvidas pelas Escolas Populares de Saúde da região.

Estarão à disposição da comunidade equipes de combate à dengue e de saúde bucal com escovário, vacinação de idosos e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e Aids, tuberculose, hanseníase e diabetes. Outros serviços oferecidos serão: planejamento familiar, aferição de pressão arterial, ouvidoria da saúde, assessoria jurídica, oficina de reciclagem com distribuição de mudas, emissão da 1ª via da carteira de trabalho, cadastro de emprego, entre outros.

Também haverá apresentação de bandas de Reggae e MPB, caricaturistas, poetas, Grupo Locosamba, Pegada Carioca e os blocos de carnaval Mocidade Unida de Manguariba e Alegria de Palmares.

A atividade é realizada em parceira com as Rádios Tupi e Nativa e com o apoio da coordenação da área de Campo Grande e adjacências e da Subprefeitura da Zona Oeste.

Diário Oficial do Município ANO XXV • Nº 30 • D.O. Rio de 27/04/2011

terça-feira, 26 de abril de 2011

Caravana da Ciência em Santa Cruz








Mais uma vez a população da Zona Oeste e da Cidade do Rio de Janeiro tem oportunidade de manter contato direto e dinâmico com a ciência.
Nos dias 27 e 28 de abril de 2011 (quarta e quinta-feira), a CARAVANA DA CIÊNCIA estará estacionada e aberta à visitação pública na Praça Álvaro de Araújo Salazar, Reta João XXIII, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio.


A Caravana da Ciência funciona como um centro especialmente adaptado em uma carreta, com sala de exposições, tendas, planetário inflável, jogos e experimentos científicos interativos.



Sendo mais uma realização da Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, a Caravana da Ciência tem a promoção da Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro – CECIERJ.

QUATRO GOVERNANTES QUE MUDARAM O BRASIL

D. JOÃO VI, D. PEDRO II, GETULIO VARGAS,

JUSCELINO KUBITSCHEK

Ao longo da História do Brasil, algumas administrações foram mais capazes de imprimir mudanças que alteraram o destino do país. Produto da iniciativa e da visão de progresso do líder ou obra do acaso, essas mudanças, mesmo quando interrompidas pelos governos que se seguiram, provocaram um rearranjo da estrutura política e administrativa do Estado que se refletiu nos rumos da sociedade brasileira. Se outros momentos foram importantes, pode-se dizer que o período em que D. João VI reinou no Rio de Janeiro foi definitivo para o processo da Independência. Se D. Pedro II conviveu com a escravidão, conseguiu construir uma ordem política estável. Na superação do que foi o liberalismo da República, o primeiro governo Vargas (1930-1945), caracterizado pelo autoritarismo, representou, no entanto, o momento de industrialização e de implantação dos direitos dos trabalhadores. O nacionalismo da fase autoritária se expressaria na luta pela independência brasileira frente ao progressivo poder dos Estados Unidos que marcou o segundo governo Vargas (1951-1954). Finalmente, Juscelino Kubitschek, a partir do pensamento desenvolvimentista, faria em quatro anos uma verdadeira revolução na estrutura administrativa e industrial do país.

O curso será ministrado por Isabel Lustosa. Historiadora, ensaísta e escritora. Doutora em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), é pesquisadora da Fundação Casa de Rui Barbosa. Autora de "Histórias de Presidentes – a República no Catete"; "Brasil pelo método Confuso"; "Humor e boemia em Mendes Fradique" e "D. Pedro I".
Início: 10 MAI
Duração: 4 encontros semanais
Dias/horários: Terças-Feiras, às 17h (10/05, 17/05, 24/05, 31/05)
PROGRAMAÇÃO
10 MAI 1. PRESENÇA DE D. JOÃO VI: O RIO DE JANEIRO TORNADO METRÓPOLE E LISBOA TORNADA COLÔNIA

17 MAI 2. D. PEDRO II EM SEU REINADO: CULTURA, GUERRA, RELIGIÃO E ESCRAVIDÃO

24 MAI 3. CONSTRUINDO UMA NAÇÃO: O PROJETO VARGAS PARA O BRASIL

31 MAI 4. O PRESIDENTE BOSSA NOVA




Av. Epitácio Pessoa 1.164 Lagoa Rio de Janeiro RJ
T 21 2227 2237 (222SABER) inforio@casadosaber.com.br
www.casadosaber.com.br

A Melodia da Imaginação

Professores e bibliotecários da Rede Municipal de Ensino estão sendo convidados a participarem da oficina “Poesia Infantil – A Melodia da Imaginação”, com o autor dos livros “Casos do Detetive Bolotinha”, editado em 2007 e “Da Cuca Lelé aos Repolhinhos de Bruxelas”, de 2009;

A oficina será ministrada por Kalunga(nome literário do autor)que nasceu em Jaguarão (RS) e mora atualmente em Caixas do Sul (RS). É poeta, animador cultural e escritor, vem participando de feiras do livro e eventos em muitas escolas, e tem um prazer imenso em conversar e contar histórias para as pessoas. É autor de vários livros.


Os interessados deverão fazer as inscrições via e-mail com envio dos dados pessoais (nome completo, matrícula, função, escola ou biblioteca em que atua, e telefone para contato) para smemidia@rioeduca.net. Apenas serão inscritos os trinta primeiros e-mails enviados, os quais receberão mensagem de retorno com a confirmação da inscrição.
A oficina acontecerá em um único encontro, no dia 19 de maio de 2011 (quinta-feira) das 13h30min às 17h30min, no auditório da Livraria Paulinas, Rua Sete de Setembro, 81, Centro do Rio de Janeiro.

Colorido e engraçado. São os elementos que encantam o livro, do autor Kalunga, Da cuca lelé aos repolhinhos-de-bruxelas - A alegria poeticamente passada a limpo.


Outras informações poderão ser obtidas em contato com a Gerência de Mídia Educação da Secretaria Municipal de Educação pelo telefone 2976-2318 ou 2976-2319.
Bolotinha é o único detetive brasileiro especializado em assuntos de crianças. Enquanto conta como encontrou o gato Deputado e desvendou o sumiço das batatinhas fritas no bar da escola, ele fala de relacionamento familiar, amizade, apego, convívio, honestidade...

domingo, 24 de abril de 2011

João do Rio é excelente opção literária para a Biblioteca do Professor


Até o dia 30 de abril (sábado), os professores das escolas públicas municipais da Prefeitura do Rio de Janeiro poderão votar na 2ª indicação de 2011, para a Biblioteca do Professor, que integra o programa “Rio, uma Cidade de Leitores”.As opções são excelentes, como das vezes anteriores. No caso da literatura brasileira, são apresentados os nomes de João Guimarães Rosa, com “Grande sertão: veredas”; Darcy Ribeiro, com “Testemunho”; João Gilberto Noll, com “Canoas e marolas – “Preguiça”; João Ubaldo Ribeiro, com “Viva o povo brasileiro” e João do Rio, com “Melhores crônicas”, tendo como organizadores Edmundo Bouças e Fred Góes, em edição da Editora Global.
Votei no João do Rio, e se o livro com as suas melhores crônicas for o escolhido, será também uma homenagem que a Secretaria Municipal de Educação estará prestando ao escritor em comemoração aos 130 anos do seu nascimento, no dia 5 de agosto.
João do Rio foi o pseudônimo literário usado pelo escritor João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Barreto, que trabalhou como jornalista, cronista, tradutor e teatrólogo brasileiro.
Capa do livro "A alma encantadora das ruas", de autoria de João do Rio.
A escritora Helena Parente Cunha chama a atenção para um dos livros mais conhecidos de João do Rio, “A alma encantadora das ruas”, que, segundo ela, “leva o autor a afirmar a existência da alma das ruas, na esperança de que sua psicologia seja compreendida, seu mistério ouvido.”
Outro livro de autoria de João Paulo Barreto, que fez bastante sucesso, e foi publicado a partir de uma série de reportagens jornalísticas, tem o título de “As religiões do Rio”, obra que desperta o interesse dos leitores pelo seu caráter de jornalismo investigativo, além de análises de cunho antropológico e sociológico.
Capa do livro "As religiões do Rio", de autoria de João do Rio, publicado a partir de uma série de reportagens feita pelo autor para publicação em jornais.

O dramaturgo, jornalista e escritor Aguinaldo da Silva, que é um dos maiores novelistas da televisão brasileira, escrevendo no seu blog sobre João do Rio, em 2 de fevereiro de 2011, (A alma encantadora do carioca João do Rio), começa dizendo: “Pedimos licença pra falar sobre um dos 100 Maiores Brasileiros de Sempre, segundo a nossa lista… Ninguém menos que João Paulo Barreto, o João do Rio, uma das figuras mais emblemáticas do primeiro terço do século XX na vida carioca, o jornalista, escritor e dramaturgo, além de flaneur que desvendou – e interpretou – os segredos da alma encantadora das ruas desta cidade.”

Aguinaldo, que aparece na foto fazendo a leitura do livro “JOÃO DO RIO - vida, paixão e obra”, de autoria de João Carlos Rodrigues, publicado pela editora Civilização Brasileira em 2010, afirma que é “a melhor biografia já feita desse carioca exemplar cuja genialidade não cessa de ser redescoberta”.
Estou propondo aos colegas professores que votem em “João do Rio – coleção Melhores Crônicas”, nesta segunda escolha proposta pela Secretaria Municipal de Educação para a Biblioteca do Professor.
Retrato do escritor, cronista e jornalista João do Rio, que foi membro da Academia Brasileira de Letras.
O escritor João do Rio foi homenageado pela Escola de Samba Império Serrano, em 2010.

Votem e também redescubram, a partir da antologia de crônicas, a personalidade inquieta daquele carioca que foi determinante na tentativa de alçar a crônica à categoria de gênero literário e, ao mesmo tempo, de história social, a partir da contínua mudança dos costumes, conforme consta do texto de apresentação da resenha.

Há uma pequena rua no bairro de Botafogo que presta homenagem ao escritor João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Barreto,o João do Rio.


Sinvaldo do Nascimento Souza

sábado, 23 de abril de 2011

MultiKit Rio, uma Cidade de Leitores


As Salas de Leitura das escolas municipais do Rio de Janeiro estão recebendo o “MultiKit RIO, UMA CIDADE DE LEITORES, produzido pela MultiRio – Empresa Municipal de Multimeios, da Prefeitura da Cidade.
São quatro DVDs embalados em um belo estojo de papel cartão, contendo uma coleção de programas da série Rio, uma Cidade de Leitores, privilegiando diferentes temas do universo infanto-juvenil e adulto.
Como professor de História, interessei-me logo por dois programas, entre tantos outros de excepcional qualidade: “100 anos sem Euclides”, no primeiro DVD e “Cronistas do Rio”, incluído no terceiro DVD.
Na homenagem ao escritor Euclides da Cunha, constante do DVD 1, os convidados são o jornalista Thiago Cascabulho, autor de “Quatro Cantos de Euclides”, obra que, segundo o poeta, destina-se à aproximar o pequeno leitor do universo euclidiano, com linguagem simples e apropriada para ser musicada, e a antropóloga social Regina Abreu, autora do livro “O Enigma dos Sertões” e coprodutora do filme “A paz é dourada”, do cineasta Noilton Nunes, que ligou para o programa e teve alguns trechos do seu filme apresentados no decorrer da entrevista.
Na programação especial sobre os Cronistas do Rio, os entrevistados são os escritores e pesquisadores João Carlos Rodrigues, que fala sobre João do Rio e Raquel Teixeira Valença, da Fundação Casa de Rui Barbosa, que vem se dedicando à publicação das obras de Lima Barreto. Há também uma entrevista feita em Santa Tereza com o compositor Moacyr Luz.

Os programas são apresentados pela jornalista Leila Richers, em forma de debate com seus convidados, sempre ilustrados por trechos de filmes, narrações de livros, músicas e outras manifestações artísticas, sempre promovendo o diálogo com a participação do público, que telefona ou envia perguntas via e-mail.
Conforme consta do texto de abertura do MultiKit, trata-se de um instrumento de trabalho para ser usado em sala de aula por professores e alunos.

DVD 1 – Literatura infantil – “Os pioneiros do gênero no Brasil”; “Romance policial no Rio” e “100 anos sem Euclides”;
DVD 2 – Memórias femininas – “Uma literatura voltada para as mulheres”; “Narrativas ficcionais seriadas – As narrativas para adolescentes” - “Hip hop – Movimento cultural que articula música, dança e artes plásticas”;
DVD 3 – Cronistas do Rio – “Uma forma livre e pessoal de retratar o cotidiano da cidade”; Rio romântico – “O romantismo chega ao Brasil valorizando os sentimentos e dando expressão exagerada aos sentidos”; Literatura de cordel – “A tradição oral que virou expressão típica do Nordeste brasileiro”;
DVD 4 – Fábulas – “O universo das fábulas, gênero narrativo tão popular entre as crianças que traz histórias repletas de lições de moral e ética”; Os adolescentes na literatura – “Um perfil dos adolescentes de hoje, o leem e o que escrevem”; Ficção científica – “A origem do estilo e sua enorme abrangência na literatura”.
Além de auxiliar leitores na seleção de obras literárias adequadas, os programas buscam expandir as formas de interpretação de textos escritos para diferentes campos de linguagem.
O MultiKit RIO, UMA CIDADE DE LEITORES deve ser mantido sempre na sala de leitura e em local de fácil acesso, para ser usado pelos professores e alunos.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O Largo do Bodegão e a tradicional festa de São Jorge

Bênção aos devotos de São Jorge, em cerimônia religiosa celebrada em frente à igreja do Santo, no Largo do Bodegão, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio.


> Trecho do Largo do Bodegão no sentido da Rua Álvaro Alberto. O "bodegão" aparece em parte à esquerda da imagem, segundo reprodução do óleo sobre tela de autoria da artista plástica Onild'Aquino, 1985.

Amanhã, 23 de abril, é dia de São Jorge. Dizem que é o santo mais popular aqui na cidade do Rio de Janeiro e que tem mais devotos do que o padroeiro, São Sebastião.
Em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro, as comemorações tiveram início em princípios do mês de abril, com fogos de artifício pela manhã, missas, ladainhas e muitas pessoas reunidas na igrejinha do Largo do Bodegão.
Há também um palanque armado e muitas barraquinhas, além de um parque de diversões e dezenas de banheiros públicos à disposição dos visitantes que forem à festa de São Jorge.

O arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, na cerimônia religiosa realizada no Largo do Bodegão, em Santa Cruz, em abril de 2010. À esquerda a Escola Técnica FAETEC, onde funcionava o antigo Matadouro Público.

Segundo o historiador santacruzense Benedicto Freitas, o Largo do Bodegão é o mais conhecido logradouro do bairro e alcançou intensa repercussão fora de seus limites, pelos agitados acontecimentos nele registrados.
Bem em frente ao Largo do Bodegão ficava o Matadouro Público de Santa Cruz, inaugurado em 1881, pelo imperador Dom Pedro II, para substituir o outro existente nas imediações da Praça da Bandeira.
Hoje, as antigas dependências do Matadouro funcionam como Escola Técnica Estadual (FAETEC) e o palacete Princesa Isabel, que era a sua sede administrativa, como Centro Cultural da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Pelo Largo do Bodegão circulam diariamente milhares de alunos, durante todo o dia e boa parte da noite, pois em sua área de entorno, além da escola técnica citada, há o Colégio Estadual Barão do Rio Branco, a Escola Municipal Fernando de Azevedo, o CIEP Barão de Itararé, a Escola Municipal Prefeito João Carlos Vital, o Ginásio Carioca na Escola Municipal Princesa Isabel e o Colégio Delta, da rede privada. Também se encontram no mesmo quarteirão, a Vila Olímpica Oscar Schmidt, a antiga Vila Operária do Matadouro, a Biblioteca Popular Joaquim Nabuco e o Centro de Zoonoses da Prefeitura.
O historiador Benedicto Freitas cita o Largo do Bodegão em dois dos seus livros: “O Matadouro de Santa Cruz: cem anos a serviço de uma comunidade”, edição de 1977, e no 3º volume da obra “Santa Cruz, Fazenda Jesuítica, Real, Imperial”, edição de 1987, ambas publicadas por iniciativa própria do autor.
No livro de 1977, Benedicto Freitas inclui foto do “Bodegão” e anotou na legenda: “Aqui no local deste prédio existiu o “bodegão”, hoje é bilhar, bar e açougue.”


O "bodegão" em foto reproduzida do livro "O Matadouro de Santa Cruz: cem anos a serviço de uma comunidade", edição de 1977.





Ainda segundo o historiador, no Largo do Bodegão havia uma das mais movimentadas feiras públicas, onde se concentravam diariamente milhares de pessoas que iam à busca de mercadorias variadas, desde a farinha da roça, artigos manufaturados, miúdos de reses e ervas medicinais colhidas pelo próprio vendedor.


Construção de certa imponência no Largo do Bodegão, em Santa Cruz, que servia exclusivamente para a venda de miúdos bovinos, segundo o historiador Benedicto Freitas. Reprodução do livro "O Matadouro de Santa Cruz: cem anos a serviço de uma comunidade", edição de 1977.



A denominação popular de Largo do Bodegão, que chegou a ser mudada para “Praça Saldanha da Gama”, em 1916, mas que foi restabelecida no ano seguinte, pelo Decreto nº 1.165, de 31 de outubro, deve-se – explica o historiador Benedicto Freitas – à construção de uma casa comercial, que por seu tamanho, bem maior que as demais da vizinhança, passou a ser conhecida por “bodegão”, aumentativo de bodega, nome que recebiam as casas de rudimentar apresentação.
Não há referências do historiador santacruzense, nos seus livros, à tradicional festa de São Jorge, que vem sendo realizada há vários anos, nas últimas semanas do mês de abril.
Em pesquisa que desenvolvi a partir de 1983, quando tomei parte da fundação do Núcleo de Orientação e Pesquisa Histórica de Santa Cruz, o NOPH, ouvi inúmeros depoimentos orais de pessoas moradoras nas proximidades do Largo do Bodegão, afiançando que a procissão de São Jorge começou com alguns boiadeiros católicos, provenientes de Minas Gerais, na época de funcionamento do Matadouro.
Os boiadeiros vinham conduzindo as reses que seriam abatidas no Matadouro, quando ainda não se utilizava o transporte rodoviário nem ferroviário para tal fato. Como a boiada, após cumprir trajeto de longa jornada, chegava quase esquálida à Santa Cruz, havia obrigatoriamente, campos de invernada, com pastos de longa extensão, para que o gado pudesse descansar e engordar antes de seguir para o abate.
Os vaqueiros, que chegavam a cavalgar cerca de cinqüenta dias conduzindo a boiada, buscavam, portanto, motivos para sua permanência em Santa Cruz, tendo então originada a Festa de São Jorge do Largo do Bodegão.

Pintura de São Jorge, em 'outdoor', no Largo do Bodegão, no sentido Santa Cruz - Sepetiba.



Hoje, a procissão do Santo Guerreiro chega a reunir milhares de devotos que percorrem as principais ruas do bairro em suas montarias, de charrete, ou mesmo a pé.
Não há mais boiada, nem vaqueiros vindos de Alfenas, Passos, Campo Belo, São Sebastião do Paraíso, Santa Rita de Cássia, Três Corações do Rio Verde, nem de outras regiões pecuaristas mineiras, como descreve Benedicto Freitas. O Largo do Bodegão passou a ser mais conhecido na cidade do Rio de Janeiro pela tradicional festa de São Jorge, que já faz parte do calendário de eventos turísticos e religiosos.

Igreja de São Jorge, no Largo do Bodegão, esquina com a Avenida Isabel e Rua Álvaro Alberto, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, onde a população se concentra no dia 23 de abril para a celebração de missas e a tradicional procissão da imagem do Santo Guerreio.




Nos últimos anos, após o dia 23 de abril ter sido decretado feriado público municipal, todos os bairros onde há igrejas ou capelas em devoção ao Santo Guerreiro, vem realizando missas e procissões com grande repercussão nos meios de comunicação, e com a presença dos padres da capelania de São Jorge e até mesmo do arcebispo da cidade, Dom Orani Tempesta, que em 2010 participou de cinco cerimônias religiosas, entre missas, procissões e bênçãos, em um único dia, inclusive em Santa Cruz.



Sinvaldo do Nascimento Souza

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes

"Todas as crianças e adolescentes têm direito a escolas onde existam alegria, amizade, solidariedade e respeito às características individuais de cada um deles." Aramis Lopes


Desenvolvido por iniciativa da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência - ABRAPIA, o "Programa de Redução do Comportamento Agressivo Entre Estudantes" teve como um dos resultados, a publicação do livro "DIGA NÃO PARA O BULLYING", de autoria de Aramis A. Lopes Neto e Lucia Helena Saavedra.
O livro foi publicado em primeira edição, no ano de 2003, sob o patrocínio da Petrobras e com o apoio do IBOPE e da Secretaria de Educação da Prefeitura do Rio de Janeiro.





O tema BULLYING continua cada vez mais atual e vem exigindo campanhas no Brasil e também no exterior para o esclarecimento dos educadores, dos pais, responsáveis e de toda a sociedade a respeito das informações sobre todas as formas de comportamentos agressivos praticados por crianças, adolescentes e também por adultos de iguais condições, quer sejam colegas de escola ou de trabalho, idosos que se encontram internados em asilos, crianças em áreas de lazer ou estudantes de escolas, colégios ou universidades.
Sempre que se fala em BULLYING aparece logo a indagação: como poderíamos traduzir a palavra para a nossa língua? Embora não haja uma tradução específica, no livro "Diga NÃO para o Bullying", há um quadro que relaciona ações que podem ser entendidas como atos de Bullying, como, por exemplo, apelidar, ofender, zoar, gozar, sacanear, humilhar, intimidar, encarnar, aterrorizar, amedrontar, tiranizar, dominar, fazer sofrer, discriminar, excluir, isolar, ignorar, dar um gelo, perseguir, assediar, ameaçar, agredir, bater, chutar, empurrar, derrubar, ferir, quebrar pertences, furtar, roubar...
A Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro tem demonstrado grande preocupação com todos os tipos de comportamentos danonos e deliberados que eventualmente possam ocorrer no âmbito de nossas escolas, nas salas de aulas ou até mesmo em suas áreas de entorno, razão pela qual vem desenvolvendo campanhas de esclarecimento para evitar que tais práticas continuem acontecendo nas escolas da rede.
É preciso que os pais e professores estejam bastante atentos em relação ao comportamento das crianças e dos adolescentes, tanto para evitar que sejam vítimas, quanto para impedir qualquer tipo de protagonismo agressivo.
O livro "Diga NÃO para o Bullying!" descreve toda a trajetória de um Programa que se dedicou à identificação, prevenção e controle do Bullying entre cerca de 5.500 alunos de 5ª a 8ª séries, matriculados em onze escolas públicas e privadas, localizadas na cidade do Rio de Janeiro. Mesmo sendo publicação resultante de pesquisas realizadas em 2003, continua sendo leitura indispensável para os educadores que estão preocupados em oferecer condições necessárias para um ensino de qualidade em ambiente seguro e saudável para os alunos.

Conheça o Observatório da Infância
O canal de informações sobre os direitos da criança e do adolescente

http://www.observatoriodainfancia.com.br

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Escola Municipal Roberto Coelho preparando-se para a Páscoa






Estive visitando a Escola Municipal Roberto Coelho hoje, quarta-feira, 20 de abril de 2011, véspera do feriadão que uniu o dia de Tiradentes (21 de abril) com a Sexta-Feira da Paixão. Como a Páscoa será comemorada no próximo domingo, encontro a diretora adjunta Ana Paula Mendes de Souza (à esquerda, na foto) e a coordenadora pedagógica Meri Luci da Costa, envolvidas na produção de lembranças que serão entregues aos alunos, responsáveis e também aos professores.
Enquanto vão empacotando os bombons em lindos arranjos confeccionados por elas, as duas vão conversando comigo e falando um pouco sobre as atividades desenvolvidas na Escola Municipal Roberto Coelho.
A diretora Ana Cristina mora no Meyer, a adjunta Ana Paula, em Jacarepagua e Meri Luci, vem todos os dias da Penha, "com grande prazer, porque gosto muito de trabalhar aqui, e jamais pensei em pedir remoção", diz a coordenadora pedagógica.
Ana Paula explica que o prédio da escola Roberto Coelho ficou conhecido como "Lelé" e, segundo ela, deveria funcionar provisoriamente, até que fosse construído outro, mas continua resistindo ao tempo e a todas as previsões iniciais.
Pergunto sobre o IDEB e ambas não escondem o sorriso e a satisfação ao responderem. Afinal, a escola Roberto Coelho que estava com o índice em 3,1 ultrapassou para 5,5, e todos puderam comemorar recebendo o 14º salário.
Atualmente a Escola Roberto Coelho é uma das mais procuradas em toda a área que abrange o Conjunto São Fernando e imediações. Os alunos são tranquilos, e pela organização da escola e IDEB alcançado na última avaliação dá para concluir que o grupo de professores é muito coeso e atuante, ainda que alguns professores venham de longe, como do município de Nova Iguaçu.
Não há foto do patrono da escola, mas a diretora adjunta afirma que Roberto Coelho foi um médico sanitarista de renome. "Pesquisamos bastante, mas até agora não conseguimos uma foto do nosso patrono", dia Ana Paula Mendes.
Vendo o carinho como a diretora adjunta e a coordenadora pedagógica vão organizando as lembranças com ovos de páscoa para todos que estudam e trabalham na E.M Roberto Coelho, e também para os responsáveis, dá para perceber o sentido familiar e o espírito de comunhão coletiva que bem caracteriza aquela comunidade escolar que integra a 10ª Coordenadoria Regional de Educação.

Professores da SME participaram da oficina sobre “Uso ético e responsável da Internet”

Recebo do professor Antonio Carlos Batista Suzano, que dá aula de História nas Escolas Municipais PONTE DOS JESUÍTAS e GANDHI, ambas da 10ª Coordenadoria Regional de Educação, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro, o e-mail com o texto abaixo sobre a oficina de USO ÉTICO E RESPONSÁVEL DA INTERNET, da qual participou com outros colegas.

Professores de escolas públicas e voluntários do projeto Amigos da Escola participaram, no dia 25 de março, da Oficina de Uso Ético e Responsável da Internet, promovida pela Safernet em parceria com o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ).
Todos participantes da capacitação, receberam um Kit pedagógico para ser utilizado em sala de aula.
A Secretaria Municipal de Educação viabilizou a inscrição de professores por escola, e a 10ª Coordenadoria Regional de Educação, por intermédio da Gerência de Educação, proporcionou transporte para todos os professores da 10ª CRE.
A oficina foi dinamizada por Rodrigo Nejm, da ONG Safernet, que enfatizou: “ proibir o uso da Internet não educa nem previne”. Salientou ainda que é preciso combater o uso irresponsável e criminoso que as pessoas fazem dessa importante tecnologia.
Na Escola Municipal Ponte dos Jesuítas, estamos trabalhando em sala de aula com o kit pedagógico da oficina, e, entre algumas atividades propostas, os alunos têm participando na produção de desenhos em quadrinhos mostrando algumas situações de risco bem como sugerindo dicas de prevenção.
A pertinência do assunto nos faz estar sempre comentando em sala de aula os cuidados que precisamos ter a cada dia para estarmos seguros no uso da internet. Algumas questões que estamos discutindo em sala:
Será que uso a Internet com segurança?
Será que meus amigos estão seguros quando usam a Internet?
O que preciso saber para evitar sofrer algum dano na Internet?
O que são os Cibercrimes? Como posso me proteger?
Há perigos especiais para crianças na Internet?
Usar Internet na Lan House é mais perigoso do que em outros lugares?

“ Prof. Antonio Carlos B. Suzano


Saiba mais sobre a ONG SaferNet Brasil

A SaferNet Brasil é uma associação civil de direito privado, com atuação nacional, sem fins lucrativos ou econômicos, sem vinculação político partidária, religiosa ou racial. Fundada em 20 de dezembro de 2005 por um grupo de cientistas da computação, professores, pesquisadores e bacharéis em Direito, a organização surgiu para materializar ações concebidas ao longo de 2004 e 2005, quando os fundadores desenvolveram pesquisas e projetos sociais voltados para o combate à pornografia infantil na Internet brasileira.
Naquela época, era urgente a necessidade de oferecer uma resposta eficiente, consistente e permanente no Brasil para os graves problemas relacionados ao uso indevido da Internet para a prática de crimes e violações contra os Direitos Humanos. Aliciamento, produção e difusão em larga escala de imagens de abuso sexual de crianças e adolescentes, racismo, neonazismo, intolerância religiosa, homofobia, apologia e incitação a crimes contra a vida e maus tratos contra animais já eram crimes cibernéticos atentatórios aos Direitos Humanos presentes na rede.
O Brasil, no entanto, carecia de políticas e ações concretas de enfrentamento a estes fenômenos complexos, que envolvem variáveis econômicas, sociais e culturais, com desdobramentos e implicações nos campos da ética, da moral, da educação, da saúde, do direito, da segurança pública, da ciência e da tecnologia.
Logo que foi criada, a SaferNet Brasil se consolidou como entidade referência nacional no enfrentamento aos crimes e violações aos Direitos Humanos na Internet, e tem se fortalecido institucionalmente no plano nacional e internacional pela capacidade de mobilização e articulação, produção de conteúdos e tecnologias de enfrentamento aos crimes cibernéticos e pelos acordos de cooperação firmados com instituições governamentais, a exemplo do Ministério Público Federal.
Por meio do diálogo permanente, a SaferNet Brasil conduz as ações em busca de soluções compartilhadas com os diversos atores da Sociedade Civil, da Indústria de Internet, do Governo Federal, do Ministério Público Federal, do Congresso Nacional e das Autoridades Policiais.
Nosso ideal é transformar a Internet em um ambiente ético e responsável, que permita às crianças, jovens e adultos criarem, desenvolverem e ampliarem relações sociais, conhecimentos e exercerem a plena cidadania com segurança e tranqüilidade.
Contamos com você para a construção desse mundo cibernético desejado!

Uma Quimera



Ai, como é doce teu sorriso
sobre o lençol de flores
em que tanto nos amamos
e esquecemos nossas dores...
Sim, eu sei,  nada precisas dizer
não estou triste
sequer tenho  prantos
a lua insiste
e ilumina meus cantos
(todos os meus cantos...)
Eu estarei contigo numa estação
quem sabe no inverno ou verão
no outono ou primavera?
...
Não?
...
Oh, deixa-me! Segue!
O que foste, então, senão uma quimera?

(Bernardete Ribeiro - 16/04/2011)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sobre Desejos

Que hoje o seu amor não me seja sol,
pois aquilo que ora renova, ora revela,
também desorienta, arde, cega e seca.
  
Que hoje o seu amor não me seja sombra,
pois aquilo que me acompanha (mas não
me encontra) também me abandona quando
os olhos marejam e o mundo fica escuro.
 
Que hoje seu amor não me seja bússola,
pois partir sem nenhum rumo talvez
seja o destino oculto de toda viagem.
 
Que seu amor não seja chegada,
mas partida, e que cada despedida
conserve a gravidade e a ternura
da perda original e definitiva.

Filipe Couto (autor do livro "Breves Cantares de Nós Dois")

Poema enviado pela Professora Bernardete Silva.
 

domingo, 17 de abril de 2011

Santa Cruz no diário de Maria Graham

Maria Graham em 1819 Quem se interessa pelo estudo da iconologia, ou procura imagens retratando a Fazenda Real e Imperial de Santa Cruz, tem na iconografia do século XIX, alguns desenhos e aquarelas que mostram a fachada e arredores daquele prédio construído em meados do século XVIII, para servir como capela e residência dos padres inacianos, da Companhia de Jesus, reformado, ampliado e readaptado, a partir de 1808, para funcionar como casa de campo da Família Real. Estão ai os trabalhos de Debret, Thomas Ender, Benjamin Mary, Eduard Hidelbrandt e também do Príncipe Maximiliano de Wied.






Há também um desenho bastante conhecido e publicado em livros de história sobre o Brasil ou o Rio de Janeiro, intitulado “Palácio de Santa Cruz”, datado de sábado, 23 de agosto de 1823, cujo original faz parte de um dos acervos da coleção do Museu Britânico.




Palácio Imperial de Santa Cruz, agosto de 1823.






O desenho é de autoria da escritora inglesa Maria Graham, e aparece como uma das ilustrações do livro “Diário de uma viagem ao Brasil”, publicado e republicado por várias editoras. Maria Graham, que fez outros desenhos do Palácio Imperial de Santa Cruz, anotou abaixo da gravura: “Beirais das janelas amarelas. Portas, salvo as da igreja, verdes”.





Há cerca de dois anos, foi publicada uma biografia de Maria Graham por Regina Akel, que descreve o interesse inteligente da biografada em tudo o que via.





Biografia de Maria Graham, por Regina Akel






Akel procurou reconstruir a imagem literária de Maria Graham por meio das suas viagens significativas, do seu trabalho nos diversos países e regiões por onde passou, e também considerando os seus escritos de memórias, diários, revistas e cartas.






Sobre cartas, por exemplo, há no Brasil uma publicação dos Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro intitulada “Correspondência entre Maria Graham e a Imperatriz Dona Leopoldina.”











Com a morte do seu primeiro marido, capitão Graham, em 1822, a escritora inglesa, que se encontrava no Chile, passa, no ano seguinte, pelo Rio de Janeiro a caminho da Inglaterra, e se torna amiga íntima da imperatriz D. Leopoldina, que a convida para ser preceptora da princesa D. Maria da Glória, futura rainha de Portugal. Sempre interessada em desbravar novos lugares e manter contato com outras pessoas, Maria Graham resolve conhecer os arredores do Rio de Janeiro. “Resolvi cavalgar ao menos até Santa Cruz, cerca de quatorze léguas da cidade. Como a estrada é muito trafegada para se temerem acidentes extraordinários, e eu não sou tímida quanto aos embaraços habituais, resolvi contratar um empregado negro e ir sozinha”, anotou Maria Graham, no seu “Diário de uma viagem ao Brasil”, no dia 20 de agosto de 1823.












Ela não veio para Santa Cruz sozinha, mas em companhia de Dampier, jovem irmão de uma amiga chamada May, que gentilmente se ofereceu para escoltá-la. A descrição de Maria Graham é fascinante, tanto pelas observações que faz sobre aspectos geográficos, demográficos, geológicos, botânicos, culturais e históricos, quanto pelo olhar feminino, quando, por exemplo, passa pelo engenho de D.Mariana, na Mata da Paciência, quase chegando à Fazenda Imperial de Santa Cruz. “Tivemos aqui uma recepção das mais polidas por parte de uma bela mulher, de tom senhoril, que encontramos na direção de seu engenho, o que é de fato interessante” Maria Graham parece ter ficado muito bem impressionada com o funcionamento do engenho de Paciência administrado por uma mulher, de forma competente e produtiva, em pleno século XIX. “Há aqui 200 escravos, em pleno emprego. A máquina a vapor além dos rolos compressores no engenho move diversas serras, de modo que ela tem a vantagem de ter a sua madeira aparelhada quase sem despesa. Enquanto estávamos sentados junto à máquina, D. Mariana quis que as mulheres que estavam fornecendo canas, cantassem, e elas começaram primeiro com algumas de suas selvagens canções africanas, com palavras adotadas no momento, adequadas à ocasião.” Ainda na tardinha do dia 22 de agosto de 1823, Maria Graham seguiu para a Fazenda de Santa Cruz, pernoitando no Palácio Imperial, por recomendação do imperador e da imperatriz. “Sábado 23 de agosto – A manhã estava excessivamente fria, mas clara, e a vista das extensas planícies de Santa Cruz, com os rebanhos de gado, é magnífica. Os pastos estendem-se por muitas léguas de cada lado do pequeno morro em que estão colocados o Palácio e a povoação; são aqui e ali interrompidos por tufos de floresta natural; por um lado o horizonte estende-se até o mar; por todos os outros lados a vista é limitada por montanhas ou morros cobertos de florestas.” “Depois do café cavalgamos pela estrada calçada, que cruza a planície de Santa Cruz, até a aldeia indígena de São Francisco Xavier de Itaguaí, geralmente chamada de Itaguaí, fundada pelos jesuítas, não muito tempo antes da expulsão.”





Em todas as suas viagens, navegações e caminhadas, Maria Graham sempre demonstrou um especial interesse pelas observações ecológicas, tendo ela mesmo contribuído para a publicação da obra botânica denominada “Flora Brasiliensis”, coordenada inicialmente por Martius, e posteriormente por Eixhler e Urban, conforme trabalho de autoria de Ana Luna Peixoto e Tarciso de Sousa Filgueiras, intitulado “Maria Graham: anotações sobre a flora do Brasil”.





Exemplar herborizado coletado por Maria Graham, depositado no Royal Botanical Garden, Kew





Retornando ao centro do Rio de Janeiro, no dia 25 de agosto de 1823, após passar novamente pelo engenho de D. Mariana, em Paciência, Maria Graham volta a elogiar a administração. “É inútil dizer que tudo na maneira de viver da Mata da Paciência não é somente agradável, mas ainda elegante. (...) Fiquei muito triste por deixar esta manhã a Mata da Paciência, já que era tempo de voltar. Mas, como chegou a hora, partimos para os Afonsos.”












As transcrições acima foram retiradas da edição de 1990, do “Diário de uma viagem ao Brasil”, publicado pela editora Itatiaia, de Belo Horizonte, Minas Gerais em co-edição com a Editora da Universidade de São Paulo, USP, para a coleção “Reconquista do Brasil”, mas quem estiver interessado na edição original em inglês, de 1824, de “Journal of a voyage to Brazil, and residence there, during part of the years 1821, 1822, 1823. By Maria Graham.” Poderá ler consultando http://migre.me/4gCjh




Sinvaldo do Nascimento Souza


Professor representante da 10ª CRE no RIOEDUCA

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A CARTA

E assim que tu te fores,
num dia em que as ruas
estarão cheias flores,
acenderei uma cigarro
e a fumaça desenhará
nossas luas...

Teu cheiro (ainda) estará em mim,
mas teu corpo, ardente de amor,
descansará numa estação
ou num jardim...

E eu que ainda penso
nos sorvetes que tomamos
e nas promessas que riscamos,
nas mesas dos bares,
olho através das vidraças
os botecos por onde andamos,
em busca de novos mares...

Meus olhos chovem
e me entristecem,
apago as luzes do tempo
e as imagens aparecem...
O que faço com meu sentimento?

Por que deixaste que te levasse o vento?

(Bernardete Ribeiro - 27/03/2011)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Outono da minha Vida

Se não fossem as folhas de outono
com que me consolo ao vento
estaria perdida nas desertas ruas para ouvirem meu lamento

Se já não posso ter minhas luas
e só te encontro em pensamento
é por isso que me escondo e me entrego ao desalento

Os bilhetes, cartas de amor e fotografias
amarradas e escondidas no meu peito
trazem de volta lembranças vazias
e aos prantos sinto não mais ter jeito.

Que falta tu me fazes nesse outono...

(Bernardete Ribeiro - 03/04/2011)