E assim que tu te fores,
num dia em que as ruas
estarão cheias flores,
acenderei uma cigarro
e a fumaça desenhará
nossas luas...
Teu cheiro (ainda) estará em mim,
mas teu corpo, ardente de amor,
descansará numa estação
ou num jardim...
E eu que ainda penso
nos sorvetes que tomamos
e nas promessas que riscamos,
nas mesas dos bares,
olho através das vidraças
os botecos por onde andamos,
em busca de novos mares...
Meus olhos chovem
e me entristecem,
apago as luzes do tempo
e as imagens aparecem...
O que faço com meu sentimento?
Por que deixaste que te levasse o vento?
(Bernardete Ribeiro - 27/03/2011)
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