Que hoje o seu amor não me seja sol,
pois aquilo que ora renova, ora revela,
também desorienta, arde, cega e seca.
Que hoje o seu amor não me seja sombra,
pois aquilo que me acompanha (mas não
me encontra) também me abandona quando
os olhos marejam e o mundo fica escuro.
Que hoje seu amor não me seja bússola,
pois partir sem nenhum rumo talvez
seja o destino oculto de toda viagem.
Que seu amor não seja chegada,
mas partida, e que cada despedida
conserve a gravidade e a ternura
da perda original e definitiva.
Filipe Couto (autor do livro "Breves Cantares de Nós Dois")
Poema enviado pela Professora Bernardete Silva.
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