Há muitos anos o acadêmico João Ubaldo Ribeiro vive no Rio de Janeiro, mas ao escrever sua crônica semanal e seus romances ele converte sua janela no Leblon em varanda da casa de seu avô materno na Ilha de Itaparica (BA), de onde nunca deixou de olhar o mundo. O premiado "Sargento Getúlio", o consagrado "Viva o povo brasileiro" e o recente "O albatroz azul" solidificam a persona literária que João Ubaldo criou para si: a do escritor sem cara de escritor, de bermuda, chinelos e sem camisa. Ironia de quem aprendeu a pautar sua ficção pelo naturalismo e a pontuar suas crônicas pela crítica bem-humorada dos bons e dos maus costumes da nação.
Início: 14 ABR Duração: 1 encontro Dias/horários: Quinta-Feira, às 20h (14/04)
CASA DO SABER RIO - Lagoa Av. Epitácio Pessoa, 1164 Rio de Janeiro - RJ CEP 22410-090
João Ubaldo Ribeiro. Escritor, jornalista e roteirista. Nascido na Bahia, tem mestrado em Ciências Políticas pela Universidade da Califórnia. É membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde 1994. Recebeu em 2008 o Prêmio Camões, mais importante premiação a autores de língua portuguesa. Publicou 10 romances e diversos outros livros de crônica e ensaio. Já teve algumas de suas obras adaptadas para o cinema e a televisão. É cronista dos jornais "O Globo" e "O Estado de S. Paulo". A Casa do Saber é um centro de debates, reflexão e conhecimento, no Rio de Janeiro e em São Paulo, que permite o acesso à cultura de forma clara e envolvente, porém rigorosa e fiel às obras dos criadores. Em um ambiente extra-acadêmico, a Casa do Saber oferece cursos livres, palestras e oficinas de estudo nas artes plásticas, ciências sociais, filosofia, literatura, história, música e psicanálise, reunindo renomados professores e conferencistas. As palestras e os cursos, estes com duração de um a três meses, apresentam o diferencial de serem ministrados em pequenos grupos para promover a troca de idéias e uma maior interação entre os participantes e os mestres. O albatroz azul é a história de um homem muito velho que, apesar de detentor da sabedoria trazida por todos os seus anos de existência, ainda busca apreender algum sentido na vida, ainda se defronta com os mesmos enigmas silenciosos cuja decifração sempre nos escapou. Tertuliano, o protagonista, sabe que sua morte está próxima e a encara com a mesma serenidade com que vê qualquer outro acontecimento natural. Chega mesmo a ansiar por ela, como um momento de justiça, recompensa pelos males sofridos e, de certa forma, renascimento. O que lhe acontece é revelado no final, mas talvez nem mesmo essa revelação dissipe os mistérios e talvez seja isto que o final queira dizer: nem a vida nem a morte têm explicação ou, se têm, jamais estará a nosso alcance conhecê-la.
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