Não tenho cidade
Não tenho casa
Sou do mundo
Das estreitas avenidas
Já cheguei ao fundo
Tenho invisíveis feridas.
Estou nas ruelas
E nos becos (sem saida)
Já fui das favelas
Me chamaram de "querida".
Não tenho casaco
Nem tampouco cobertor
Às vezes me sinto fraco
Tenho um santo protetor.
Sou o mais que perfeito
Mas também o futuro
Nunca amei num leito
Não suporto dedo-duro.
Tenho palavras no olhar
E na pele arrepios
Estou sempre a (di) vagar:
Por que eles foram tão frios?
(Bernardete Ribeiro - 31/03/2011)
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