A Escola Municipal Gandhi e os aprendizes de Arqueologia

A aluna Taiana Souza, da turma 1701, 7º ano da Escola Municipal Gandhi, que aparece sorridente no centro da fotografia, em primeiro plano, ao lado do professor de História Antonio Carlos Batista Suzano, é moradora do Conjunto Manguariba e costuma frequentar, com a sua família, o sítio histórico das ruínas de um antigo engenho. Lá ela diz que se sente muito bem em contato direto com a natureza, onde faz pequeniques e até churrascos, nos fins de semana. Foi ela quem apresentou as fotografias das colunas do antigo engenho ao professor Antonio Carlos após ele ter feito comentários sobre a importância de se estudar a arqueologia para o conhecimento dos costumes e culturas dos povos antigos, dando origem ao planejamento da aula prática que foi realizada com toda a turma 1701, no dia 17 de junho de 2011, sexta-feira, contando também com a presença da professora Louise Maria, coordenadora pedagógica e do professor Marcus Andrade, de Matemática.

A aula prática de Arqueologia, com a caminhada pelas ruas do Conjunto Manguariba e visita às ruínas do antigo engenho colonial vem sendo programada há bastante tempo. Tudo começou após os comentários feitos pelo professor de História Antonio Carlos em relação à novela "Morde & Assopra", da TV Globo, que, no primeiro capítulo, mostra atividades desenvolvidas por arqueólogos. A direção da E.M. Gandhi providenciou as autorizações para que os pais e responsáveis permitissem que seus filhos participassem da atividade externa e a coordenadora pedagógica, professora Louise Maria se programou para também tomar parte do evento, já que uma das propostas do Projeto Político Pedagógico daquela unidade escolar é desenvolver pesquisas para melhor conhecer a comunidade onde está localizada a escola. A fotografia dos professores participantes (Antonio Carlos, Marcus Andrade, de Matemática e Louise) com os alunos da turma 1701, foi tirada antes do início da caminhada em direção às ruínas históricas.



De uma parte mais alta, em relação ao Conjunto Manguariba, os alunos da turma 1701 da Escola Municipal Gandhi aproveitaram para localizar e identificar as ruas do conjunto, as escolas Gandhi e Mário Lago e suas próprias casas, estudando um pouco de Geografia e fazendo a identificação da evolução urbana do local onde vivem, tudo de forma prática e agradável.



Quando saíram da escola, já caminhando em direção ao sítio histórico e arqueológico, os alunos da E.M. Gandhi tiveram contato com realidades urbanas bem distintas: primeiro com as ruas e casas planejadas na formação oficial do Conjunto Manguariba, em seguida, como se vê nesta foto, a parte onde ocorreu a ocupação desordenada, sem preocupação ou planejamento urbano, com as casas mais modestas, em relação as demais. Na foto, com os alunos da turma 1701, os professores Antonio Carlos, de História e Marcus Andrade, de Matemática (ao lado direito da fotografia).
Se afastando da parte urbana do Conjunto Manguariba, já em direção ao sítio arqueológico onde se encontram as ruínas de um antigo engenho, os alunos da turma 1701, da Escola Municipal Gandhi passam a ter contato direto com outra realidade, observando áreas descampadas, predominância da cobertura vegetal e algumas árvores que resistem na região.




Pela localização geográfica, pela sua monumentalidade e pelas características físicas das colunas que restaram, é possível especular que se tratava de um grande engenho produtor de açúcar, melado e aguardente. Há na parte lateral direita (de norte para sul) uma entrada retangular, em nível bem mais baixo em relação à base da construção que, presumivelmente, seria o início de um canal para o escoamento da produção até alcançar Sepetiba, de onde o produto seguiria para outros destinos. Nesta foto, o professor Antonio Carlos e alunos da turma 1701 estão bem ao fundo, na parte esquerda, fazendo estudos arqueológicos das ruínas.



Professor Antonio Carlos, agachado ao lado da coluna da direita, mostrando aos alunos da turma 1701, detalhes da composição do solo e material utilizado para a construção do antigo engenho, tendo como base a pedra de mão, a argamassa feita com óleo de baleia e calcário retirado das ostrarias de Sepetiba (provavelmente antigos Sambaquis) e tijolos maciços.

Parabéns ao professor Antonio Carlos, pelo planejamento e realização de aula tão dinâmica e interessante sobre Arqueologia, mas que apresentou ótimos subsídios também para os estudos da geografia e da história da região, além de conhecimentos sobre educação patrimonial, meio ambiente e urbanismo. Grato à direção da Escola Municipal Gandhi pelo apoio imprescindível para que tudo pudesse acontecer de forma correta, e aos professores Louise Maria e Marcus Andrade, que também acompanharam os alunos da turma 1701. Nesta foto, o professor Antonio Carlos aparece em primeiro plano, e os demais na retaguarda. Ao fundo o Conjunto Manguariba, convindo destacar que o prédio azul à direita é o da Escola Municipal Mário Lago.