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domingo, 22 de maio de 2011

Franklin Távora, precursor do regionalismo é Patrono de uma Escola Municipal em Santa Cruz

Retrato oficial do Patrono da Escola Municipal 10-19-042 FRANKLIN TÁVORA, 10ª Coordenadoria Regional de Educação, SME/Rio, localizada na Estrada dos Palmares, 1950, Conjunto Sagrado Coração, em Santa Cruz, Zona Oeste da Cidade.

Há uma certa dúvida sobre o primeiro nome de Franklin Távora. No site da Academia Brasileira de Letras, onde ele aparece como Patrono da Cadeira nº 14, consta JOÃO FRANKLIN DA SILVEIRA TÁVORA, já o escritor Oliveiros Litrento, laureado com o "Prêmio Paula Brito de Crítica Literária e Ensaio, 1962", faz referência a JOAQUIM FRANKLIN DA SILVEIRA TÁVORA, no Tomo I do livro "Apresentação da Literatura Brasileira", da coleção "História Literária", publicação da Editora Forense Universitária Ltda, página 146. Litrento afirma que o escritor, que foi também advogado, historiador, jornalista, crítico e teatrólogo teria nascido em Fortaleza, enquanto o texto biográfico do site da Academia Brasileira de Letras faz constar como tendo sido na cidade de Baturité, no mesmo estado do Ceará.

Deixando a polêmica de lado, prefiro ficar com o texto biográfico da Academia Brasileira de Letras, que transcrevo abaixo:


Franklin Távora (João F. da Silveira T.), advogado, jornalista, político, romancista, teatrólogo, nasceu em Baturité, CE, em 13 de janeiro de 1842, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de agosto de 1888. É o patrono da Cadeira n. 14, por escolha do fundador Clóvis Beviláqua.
Era filho de Camilo Henrique da Silveira Távora e de Maria de Santana da Silveira. Fez os primeiros estudos em Fortaleza. Em 1884 transferiu-se com os pais para Pernambuco. Fez preparatórios em Goiana e Recife, em cuja Faculdade de Direito matriculou-se em 1859, formando-se em 1863. Lá viveu até 1874, tendo sido funcionário, deputado provincial e advogado, com breve intervalo em 1873 no Pará, como secretário de governo. Em 1874, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde viveu como funcionário da Secretaria do Império. Foi jornalista ativo, redigindo A Consciência Livre (1869-1870) e A Verdade (1872-73).
Iniciou a vida literária ainda estudante. No que se pode chamar a sua fase recifense, publicou os contos da Trindade maldita (1861); os romances Os índios do Jaguaribe (1862); A casa de palha (1866); Um casamento no arrabalde (1869); os dramas Um mistério de família (1862) e Três lágrimas (1870).
No Rio de Janeiro, teve influência na vida literária, fundando e dirigindo com Nicolau Midosi a Revista Brasileira (2a fase), de que saíram dez volumes de 1879 a 1881. Ao mesmo tempo, inicia uma fase de reconstituição do passado pernambucano, marcadamente regionalista, tanto na ficção quanto na investigação histórica. Fez cerrada campanha contra José de Alencar, por não concordar com o seu romantismo idealista. É tido como um dos precursores do Realismo, embora os seus romances ainda sejam grandiloqüentes e românticos. No romance O sacrifício (1879), são evidentes as concepções naturalistas. Intérprete literário de um regionalismo que se vinha exprimindo ideologicamente desde o início do século, defendeu o que chamava uma literatura do Norte, em oposição a uma literatura do Sul, considerada cheia de estrangeirismos e antinacionalismo. Pseudônimos: Semprônio e Farisvest.
Fundou a Associação dos Homens de Letras e foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. (Texto transcrito do site da Academia Brasileira de Letras, que pode ser lido em http://migre.me/4BOMt )


Bibliografia

Na fase recifense, publicou os contos da Trindade maldita (1861); os romances Os índios do Jaguaribe (1862); A casa de palha (1866); Um casamento no arrabalde (1869); os dramas Um mistério de família (1862) e Três lágrimas (1870).

Escreveu ainda: Cartas de Semprônio a Cincinato, crítica (1871); O Cabeleira, romance (1876); O matuto, crônica (1878); Lourenço, romance (1878); Lendas e tradições do norte, folclore (1878); O Sacrifício, romance (1879).





Na capa do romance "Lourenço", cuja primeira edição foi publicada em 1878, o escritor fez questão de assinalar no alto: "Literatura do Norte", marcando a sua posição regionalista.




Capa de edição recente do romance "O Cabeleira", publicado pela primeira vez em 1876. Segundo Oliveiros Litrento, no livro acima citado, Franklin Távora é um escritor de transição, "não é mais romântico, nem realista autêntico."

Já existe versão do romance "O Cabeleira" em história em quadrinhos, de autoria de Leandro Assis e Hiroshi Maeda (roteiro, inspirado no romance homônimo de Franklin Távora) e Allan Alex (arte) publicado em 2008, pela Editora Desiderata.

Na visita que fiz à Escola Municipal Franklin Távora conversei com a diretora adjunta Maria Ângela Albuquerque Miranda e com a coordenadora pedagógica Lélia Moreira Ribeiro, que me falaram sobre o interesse de todos os professores e da direção em conhecer melhor a história e a identidade da escola e da comunidade onde ela está situada.

A própria denominação da comunidade, "Sagrado Coração", é uma incógnita para todos, já que é nome nitidamente católico atribuído a uma comunidade predominantemente evangélica.

Lélia Moreira Ribeiro, coordenadora pedagógica e Maria Ângela Albuquerque Miranda, diretora adjunta, em frente à escola Franklin Távora.







A Escola Municipal Franklin Távora é uma das mais antigas de Santa Cruz,sendo inaugurada em 19 de abril de 1954 durante o governo do prefeito do Distrito Federal Dulcidio Espirito Santo Cardoso, sendo secretário geral de Educação e Cultura o professor Roberto Bandeira Accioli. O prédio atual foi reformado e reinaugurado em setembro de 1985, na administração do prefeito Marcelo Alencar, tendo como secretária de Educação do Rio de Janeiro a professora e historiadora Maria Yeda Leite Linhares, como se pode confirmar pelas placas existentes no pátio interno da escola.



A professora Lélia Moreira Ribeiro, coordenadora pedagógica(à esquerda) com o sr. Wilson, que faz o transporte das professoras em sua kombi, há mais de vinte anos, tendo ao lado direito a diretora adjunta da Escola Municipal Franklin Távora, Maria Ângela Albuquerque Miranda.

3 comentários:

  1. Sinvaldo Uma beleza vc compartilhar com os colegas estes belos e enriquecedores documentários de nossas escolas da 10ª CRE. Mais uma vez,PARABÉNS !

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  2. Como sempre , meu querido, parabéns pela brilhante postagem. É sempre muito bom ler o que você escreve. Abçs
    RBizarro

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